Delator do PCC, morto durante ataque em aeroporto, citou policial que teria elo com Gusttavo Lima

O caso envolvendo o empresário Antônio Vinícius Gritzbach trouxe à tona denúncias de corrupção e suspeitas de irregularidades em investigações realizadas por agentes da Polícia Civil de São Paulo, incluindo o policial civil Rogério de Almeida Felicio, conhecido como “Rogerinho”.

Identificado como segurança do cantor Gusttavo Lima e dono de uma incorporadora no litoral paulista, Rogerinho é citado na delação de Gritzbach, que, em acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), acusou policiais de concussão, associação criminosa e favorecimento a esquemas de lavagem de dinheiro.

O empresário, que operava transações financeiras ilícitas para integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), alega que esses agentes teriam distorcido as investigações sobre o assassinato de Anselmo Santa Fausta, traficante conhecido como “Cara Preta”.

A delação de Gritzbach menciona especificamente Rogerinho, Eduardo Monteiro e Fabio Baena, que teria conduzido o inquérito sobre a morte de “Cara Preta”. A defesa de Gritzbach também levanta um alerta sobre os vínculos de parentesco de Monteiro com membros da corregedoria da Polícia Civil.

Nas redes sociais, Rogerinho, cujo salário na Polícia Civil é de aproximadamente R$ 7 mil, ostenta fotos ao lado de figuras públicas e exibe seus empreendimentos, como a incorporadora Magnata e uma empresa de segurança chamada Punisher, além de ser sócio em uma clínica estética.

Em paralelo às acusações, Gritzbach foi assassinado ao retornar de uma viagem, em um ato que chocou pelo grau de violência. O empresário foi executado com um tiro de fuzil no rosto no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na sexta-feira (8).

Câmeras de segurança registraram o momento em que homens armados desceram de um carro preto e realizaram a execução. No ataque, outras três pessoas foram feridas, incluindo o motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, que morreu no hospital no dia seguinte.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo montou uma força-tarefa para investigar o caso, que inclui depoimentos de testemunhas e o afastamento temporário dos policiais envolvidos na segurança de uma das vítimas.

Esse episódio reflete a complexidade das relações entre o crime organizado e alguns membros das forças de segurança, evidenciando a necessidade de transparência e rigor nas investigações para garantir a imparcialidade e a justiça no sistema de segurança pública.