
Ele entrou em casa cambaleando. A camisa rasgada, o olhar perdido. Mal fechou a porta e caiu no sofá, em silêncio.
Ela correu até ele, aflita:
— “Carlos, o que aconteceu?”
Ele chorava em silêncio, com a mão sobre o rosto.
— “Eles me expulsaram… da própria casa que ajudei a construir.”
Foi então que contou tudo.
Ele tinha outro filho.
Não era um caso recente. Era um segredo enterrado desde antes do casamento. Um erro, um momento. A mulher nunca soube.
Mas o pior? O filho agora estava doente. Terminal.
E a mãe do garoto exigiu que Carlos vendesse a única casa que ele e a esposa tinham — para pagar um tratamento que nem garantia cura.
— “Se eu não ajudar… ele morre. Mas se eu ajudar… te destruo.”
Ela ficou em choque.
— “E o que você escolheu?”
Ele tirou do bolso os papéis da venda.
— “Escolhi ser pai. Mesmo tarde.”
Ela só disse uma frase antes de sair pela porta:
— “Pena que você não escolheu ser marido também.”
Carlos ajudou o filho. Mas perdeu a única mulher que realmente o amava.