Quando nosso golden retriever, Beau, não parava de latir para a babá, pensávamos que ele estava apenas defendendo seu território. Talvez com ciúmes. Chegamos até a pensar em dar ele para outro lar. Mas, na noite em que verifiquei as imagens da câmera de segurança, vi algo que me deixou com um nó na garganta. Beau não estava se comportando mal. Ele estava nos alertando.
Minha vida era muito boa antes.
Mas depois que minha filha Zoey nasceu, foi como se o mundo se abrisse e derramasse uma luz que eu nem sabia que estava perdendo.
Um bebê | Fonte: Pexels
Eu achava que seria um daqueles caras que apenas “toleravam” a paternidade. Achava que apareceria nos momentos importantes e deixaria o resto para minha esposa, Rose. Mas, no fim das contas, sou um bobo.
Um som daquele bebê e eu derreto.
Trocar fraldas? Sem problema. Alimentação à meia-noite? Pode vir. Eu estava nisso. Totalmente.
Um pai segurando uma mamadeira | Fonte: Pexels
Rose e eu tentávamos há anos. Anos mesmo.
Especialistas, exames e longas noites cheias de esperança cautelosa e desgosto. Tínhamos acabado de começar a conversar sobre adoção quando descobrimos que estávamos esperando um bebê.
Então, sim, estávamos gratos. E não desperdiçamos um único momento.
Tudo estava perfeito depois que Zoey chegou. Ok, quase perfeito.
Nosso golden retriever, Beau, era a única coisa que me deixava perplexo.
Um cão | Fonte: Pexels
Ele sempre foi um cão muito dócil. Do tipo que cumprimentava o carteiro como um amigo de longa data, abanando o rabo com tanta força que podia derrubar móveis. Ele era leal, carinhoso e adorava crianças. Nós o resgatamos alguns meses depois de nos casarmos, e ele era da família.
Mas depois que Zoey chegou em casa, ele mudou.
No começo, achamos que era uma questão de adaptação. Ele seguia Rose como uma segunda cauda, constantemente alerta. E quando ela colocava Zoey no berço, Beau se deitava bem ao lado, com os olhos fixos no bebê como um sentinela de plantão.
Um bebê em um berço | Fonte: Pexels
“Talvez ele pense que ela é um cachorrinho”, brinquei uma vez, tentando aliviar o clima. Mas Rose apenas parecia preocupada.
“Ele nem dorme mais”, ela sussurrou. “Está sempre observando.”
Tentamos ver isso como algo carinhoso. Beau, o guardião. Beau, o protetor.
Mas quando Claire entrou em cena, as coisas mudaram.
Claire era nossa babá. Nós a contratamos quando a privação de sono nos fez sentir como zumbis. Ela veio recomendada, tinha uma voz calma, um sorriso caloroso e era ótima com bebês. A primeira vez que ela segurou Zoey, ela cantarolou tão gentilmente que fez Rose chorar.
Uma mulher segurando um bebê | Fonte: Pexels
Mas Beau? Ele a odiou à primeira vista.
No primeiro dia, ele rosnou quando ela entrou pela porta. Não era um rosnado de aviso. Era um som claro de “não confio em você”, profundo e gutural. Achamos que talvez ele estivesse apenas confuso com a nova presença.
Então, ele começou a bloquear o caminho dela sempre que ela tentava pegar Zoey, latindo e se lançando entre ela e o berço.
Uma vez, ele até mostrou os dentes. Isso nos deixou nervosos.
Um cachorro mostrando os dentes | Fonte: Pexels
Claire nos enviou mensagens nervosas durante seus turnos.
“Ei, Beau está latindo sem parar de novo.”
“Ele não me deixa trocar a Zoey.”
“Vocês podem colocá-lo no canil da próxima vez?”
Rose e eu estávamos divididos. Mal conseguíamos funcionar com quatro horas de sono por noite, e essa tensão com Beau era a última coisa de que precisávamos.
Ele nunca tinha mostrado sinais de agressividade antes. Mas e se algo acontecesse?
E se ele machucasse Claire?
Ou pior… e se ele machucasse Zoey?
E assim, sem mais nem menos, o impensável surgiu.
Talvez precisássemos encontrar um novo lar para Beau.
Um cão olhando para frente | Fonte: Pexels
Eu amo aquele cão. Ele faz parte da nossa família.
E pensar em mandá-lo para um novo lar me deixava triste. A culpa era grande demais.
Então, decidimos encontrar outra solução. Algo que significasse que nossa bebê e Claire estariam seguras e que não teríamos que nos separar de Beau.
Naquela sexta-feira, Rose e eu decidimos sair para um encontro. Apenas para clarear as ideias.
Fomos jantar em nossa lanchonete favorita.
Uma bandeja de hambúrgueres e batatas fritas | Fonte: Pexels
Claire concordou em ficar com Zoey por algumas horas.
Naquele momento, Beau estava na lavanderia. A porta estava fechada, a pedido dela.
Tudo parecia bem até que meu celular vibrou na mesa enquanto estávamos saboreando a refeição. O nome de Claire apareceu na tela.
Um celular sobre a mesa | Fonte: Midjourney
Atendi.
“Derek!”, ela gritou. “Beau… ele tentou me atacar! Ele ficou louco quando peguei Zoey!”
Ouvi Zoey chorando ao fundo. Claire estava sem fôlego.
Naquele momento, Rose já estava pegando a bolsa.
Corremos para casa como se estivéssemos fugindo do inferno. Claire nos encontrou na sala, segurando Zoey com força, com o rosto pálido.
Beau estava sentado atrás da barreira de segurança, imóvel como uma estátua, com as orelhas abaixadas.
“Ele se lançou sobre mim”, disse Claire. “Não me sinto segura perto dele.”
Eu assenti em silêncio, mal conseguindo ouvi-la.
Algo não estava certo.
Close-up do rosto de um cachorro | Fonte: Pexels
Eu conhecia Beau. Conhecia seu coração. Ele rosnava, latia, até bloqueava o caminho de alguém… mas atacar?
“Vá se sentar”, eu disse a Rose. “Preciso verificar uma coisa.”
Fui até o armário do corredor e peguei o monitor do sistema de segurança. Tínhamos uma câmera na sala. Principalmente para ficar de olho no bebê quando saíamos. Abri a gravação do início daquela noite.
Avançando até a hora em que Claire chegou.
Um homem usando seu laptop | Fonte: Pexels
Lá estava ela… entrando pela porta e cumprimentando Beau com um olhar cauteloso. Zoey estava no berço. E lá, pendurada no ombro de Claire, estava uma pequena mochila cinza.
Já tínhamos visto aquela mochila antes, mas nunca demos muita importância.
Mas então vi quando ela olhou por cima do ombro, tirou a mochila e a colocou atrás do sofá.
Meu coração acelerou.
Ela enfiou a mão na mochila e tirou um tablet. Elegante. Preto.
Um tablet | Fonte: Pexels
Em seguida, ela o apoiou na mesa de centro, abriu um aplicativo e apontou a câmera para o quarto do bebê.
Eu me inclinei para ver.
Claire estava fazendo uma transmissão ao vivo.
No começo, achei que estava vendo errado. Mas então a tela do tablet se iluminou com corações, emojis e comentários rolando.
Claire sorriu para a tela e sussurrou um “olá”. Ela apontou o tablet perfeitamente para o quarto do bebê, como se já tivesse feito isso antes. Ela até digitou um título na parte inferior da transmissão:
“Noites da babá: Parte 12”.
Um bebê em um berço | Fonte: Pexels
Rose soltou um suspiro agudo atrás de mim.
Observamos Claire fazer carinho para a câmera como uma influenciadora, conversando sobre os hábitos de sono de Zoey, sua rotina de alimentação e até mesmo quanto tempo ela dormia. Então veio a legenda: “Rotina noturna com a bebê Z 💕👶 #NannyLife”
Eu me senti mal.
A hora de dormir da nossa filha… era conteúdo.
Tínhamos confiado a essa mulher o cuidado de nossa recém-nascida. E ela estava transmitindo todos os seus movimentos para estranhos. Quem estava assistindo? Quantos? E por quê?
Uma pessoa assistindo a um vídeo em seu celular | Fonte: Pexels
Então veio a pior parte.
Zoey se mexeu no berço. Uma tosse fraca. Depois, outra mais forte. Suas pernas chutaram debaixo do cobertor e ela fez um barulho horrível de chiado.
Ela estava sufocando.
Foi quando Beau se levantou imediatamente.
Primeiro, ele cutucou o berço com o nariz. Depois, ele latia.
Mas Claire não reagiu. Ela estava navegando no tablet, com os AirPods nos ouvidos, completamente distraída.
Beau latia mais alto. Subiu no tapete. Cutucou o cobertor novamente.
Então, ele se virou e estalou as mandíbulas no ar, bem ao lado da perna de Claire. Não para morder. Apenas o suficiente para assustá-la.
Um golden retriever | Fonte: Pexels
E funcionou.
Claire imediatamente tirou os fones de ouvido, pulou e correu para o berço. Ela pegou Zoey nos braços, deu tapinhas nas costas dela e, após um momento de tensão, nossa filha chorou.
Claire a segurou com força, com os olhos arregalados de medo. Não apenas medo por Zoey.
Medo de Beau.
E então ela fez algo que me deu arrepios.
Ela saiu do quarto, ainda segurando Zoey. Fechou a porta. E trancou.
Beau ficou preso lá dentro.
Eu me sentei, paralisado. Minhas mãos tremiam.
Olhos de um homem | Fonte: Pexels
Naquela noite, depois que Claire saiu, eu assisti à filmagem novamente. Duas vezes.
Percebi cada latido, cada rosnado e cada momento em que Beau tentou ajudar.
Ele não tinha enlouquecido. Não tinha sido agressivo.
Estava tentando salvar minha filha.
Um cachorro sentado na grama | Fonte: Pexels
Na manhã seguinte, Claire apareceu com a mesma voz doce e sua mochila cinza pendurada no ombro. Ela não sabia que nós sabíamos.
Rose abriu a porta com uma captura de tela impressa da filmagem na mão.
Ainda me lembro de como Claire congelou quando viu a captura de tela. Ela nem se deu ao trabalho de dizer nada. Ela sabia claramente que tinha feito besteira e que não havia nada que pudesse dizer para se redimir.
Ela simplesmente se virou e foi embora.
Uma maçaneta | Fonte: Pexels
Após o incidente, denunciamos a transmissão, registramos uma queixa e entramos em contato com a agência. Não sei se ela enfrentará ações legais, mas sei de uma coisa. Beau é mais do que apenas família para nós.
Compramos uma placa de prata gravada com as palavras “Guardião de Zoey” e colocamos nele.
E agora, ele ainda dorme ao lado do berço. A única diferença é que não o obrigamos a sair.
Nós deixamos ele cuidar dela porque sabemos quem ele realmente é. Ele é o protetor da nossa filhinha. Ele a ama tanto quanto nós.
Sinceramente, estou feliz por termos contratado Claire. Porque o que ela fez nos fez perceber o verdadeiro valor de Beau. Não precisamos nos preocupar com nada quando ele está ao nosso lado.
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Este trabalho é inspirado em eventos e pessoas reais, mas foi ficcionalizado para fins criativos. Nomes, personagens e detalhes foram alterados para proteger a privacidade e melhorar a narrativa. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou eventos reais é mera coincidência e não é intencional por parte do autor.
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